Relat�rio da Sociedade Civil
sobre a D�cada da Cultura de Paz

Dr. David Adams
Junho/2005
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PROGRESSO E OBST�CULOS NA EUROPA

(Baseado em informa��o fornecida por 143 organiza��es, incluindo-se escolas e
programas universit�rios, da Alb�nia, Arm�nia, Alemanha, �ustria, Belarus, B�lgica,
B�snia e Herzegov�nia, Bulg�ria, Chipre, Dinamarca, Espanha, Finl�ndia, Federa��o
Russa, Fran�a, Ge�rgia, Gr�cia, Holanda, Hungria, Irlanda, Israel, It�lia, Latvia,
Litu�nia, Malta, Noruega, Reino Unido, Rep�blica Tcheca, Rom�nia, S�rvia, Su�cia,
Su��a, Turquia e Montenegro, Ucr�nia e.)

PROGRESSO: Organiza��es em prol da cultura de paz v�m aumentando na Europa, como
indicam os relat�rios de redes nacionais pela paz e cultura de paz na �ustria, Fran�a,
It�lia, Gr�cia, Holanda, Noruega e Espanha, que representam centenas de outras
organiza��es, bem como a Rede Europ�ia pela Educa��o para a Paz presente em oito
pa�ses. Mobiliza��es municipais s�o descritas em Osnabruck (Alemanha), Donostia/San
Sebastian (Espanha), Malakoff (Fran�a), Rotterdam (Holanda), bem como em comunas
da It�lia e Noruega.

Muitos concordariam com a avalia��o de que a lideran�a parte da sociedade civil:
"Ao n�vel da pol�tica estatal, organiza��es internacionais e pol�ticas internacionais
n�o [houve progresso]. O n�mero de conflitos armados, de situa��es de tens�o
comercial, crescente economia criminosa e viol�ncia nas rela��es sociais continua
aumentando. Somente as organiza��es pacifistas e humanistas, bem como os
cidad�os em geral, intensificaram sua presen�a e atividades pela paz, n�o-
viol�ncia e resolu��o de conflitos". Muitos se queixam de que os governos
nacionais, bem como as ag�ncias das Na��es Unidas, n�o agiram em prol da
D�cada para a Cultura de Paz e N�o-Viol�ncia.

O treinamento e a pr�tica da media��o e outras formas alternativas de resolu��o
de conflitos est�o em alta. A educa��o para a cultura de paz vem sendo
introduzida sistematicamente nos programas escolares da Fran�a, Gr�cia e
Espanha, e em todos os cursos de pedagogia da Su�cia. Conforme a descri��o de
uma organiza��o: Em nosso trabalho di�rio de promover uma educa��o para a paz
e estudar as condi��es para a constru��o da paz, notamos uma verdadeira
progress�o � lento, por�m palp�vel! � de uma cultura de guerra para uma cultura
de paz (...) Nas escolas, col�gios e universidades onde trabalhamos atrav�s de
exposi��es, apresenta��es, confer�ncias e palestras, testemunhamos um
interesse crescente por quest�es de solidariedade e desenvolvimento global, que
s�o caminhos importantes para a paz". Isto � por vezes descrito como "trabalho
de formigas".

Muitas organiza��es europ�ias se especializam em solidarizar-se com ex-col�nias
e pa�ses do Sul. Como exemplo, uma organiza��o da Noruega celebra a grande
vit�ria em seus esfor�os para preservar a floresta amaz�nica para os ind�genas do
Brasil. Uma outra "faz a liga��o entre cerca de 190 comunidades com parceiros no
hemisf�rio Sul". Outras organiza��es est�o envolvidas com a defesa de direitos
humanos de imigrantes vindos do Sul.

No Oeste Europeu o movimento pela cultura de paz � pequeno, mas bem
distribu�do pela regi�o. Exemplificando, a Federa��o Russa relata ter recebido
Escolas, Clubes e Cadeiras Universit�rias e Institutos da UNESCO que continuam
trabalhando pela cultura de paz em Nalchik (Norte do C�ucaso), Kazan
(Tartarstan), Ufa (Bashikortistan), Novosibirsk (Sib�ria), Tula e Volgograd, bem
como nas cidades de Moscou e S�o Petersburgo. Este trabalho floresceu
anteriormente, quando o governo russo cooperava com a UNESCO durante o Ano
Internacional pela Cultura de Paz; mas com o fim daquela coopera��o, perdeu-se
o apoio do governo federal. Em outros Estados do Oeste temos v�rios relatos de
Escolas do Life-Link Friendship Schools.

Grandes programas est�o sendo levados a cabo na Alb�nia em favor da educa��o
para o desarmamento, e na B�snia e Herzegov�nia em prol da educa��o para uma
cultura de cura e paz em 108 escolas que atingem 80.000 alunos, 5000
professores, e 150.000 pais.
As mulheres est�o desempenhando um papel de lideran�a, como descrito pela
organiza��o Women in Black (Belgrado, S�rvia): "Em toda a regi�o as mulheres
iniciaram trocas e di�logos de paz entre mulheres ativistas, tendo produzido
v�rias declara��es exigindo o fim da guerra e da viol�ncia". Veja tamb�m os
relat�rios enviados pela ONG Women for Development (Arm�nia), Education of
Mothers for the Education of Children (Hungria), e a sucursal russa da Liga
Feminina Internacional pela Paz e Liberdade.

OBST�CULOS: A "guerra ao terrorismo" � considerada como algo que desvia a aten��o
do trabalho pela paz: "o medo no mundo foi usado para focalizar as mentes sobre a
guerra, enquanto que precisamos que estas mentes preparem o caminho em dire��o �
paz". Al�m dos efeitos psicol�gicos, h� tamb�m os efeitos pol�ticos, como descreve um
grupo: "Hav�amos planejado fazer lobby governamental junto �s Na��es Unidas em Nova
York (...) Mas nossos colegas ficaram presos no aeroporto para 'verifica��o de bagagem
de rotina' e perderam o avi�o, sendo que n�o receberam reembolso das passagens
a�reas. Muitos de nossos colegas passaram a empreender atividades fechadas tentando
n�o chamar aten��o sobre si". Muitas organiza��es v�em como grande obst�culo a falta
de interesse que a m�dia demonstra por suas atividades, preferindo dar �nfase a not�cias
sobre a viol�ncia.

Tanto as organiza��es n�o governamentais como escolas e universidades
encontram dificuldades em encontrar fundos para sustentar seu trabalho pela
cultura de paz e, no caso de professores, para obter autoriza��o para utilizar seu
tempo em atividades de paz dentro das escolas. Al�m disso, h� problemas de
prioridade na educa��o: "[As escolas em nosso pa�s] t�m obsess�o com a
aprova��o em exames desprovidos de sentido (...) E n�o dedicam tempo
suficiente a quest�es sociais, ao di�logo e ao debate � a receber visitantes de
outras culturas e fazer visitas".


PROGRESSO E OBST�CULOS NA AM�RICA DO NORTE

(Informa��es de 53 organiza��es no Canad� e Estados Unidos)

PROGRESSO: Organiza��es Canadenses e Estadunidenses relatam progresso em dire��o
a uma cultura de paz no tocante a seu trabalho. Na sua maioria n�o abordam a quest�o
do progresso em n�vel nacional ou internacional, mas efetivamente constataram maior
consci�ncia e coopera��o nas cidades onde trabalham, incluindo-se: Hamilton (Ont�rio),
Vancouver (British Columbia), Calgary (Alberta), Cincinnati (Ohio), Houston (Texas),
Northfield e St. Paul (Minnesota), New Haven (Connecticut), Quabbin (Massachusetts),
Nova York, e em especial nos estados de Connecticut e Minnesota). No Canad� foi
lan�ado um Programa Nacional de Cultura de Paz. Organiza��es especializadas em n�o-
viol�ncia, como a Fellowship of Reconciliation, relatam interesse e n�mero de membros
crescente.

V�-se um avan�o em termos de consci�ncia e pr�tica de media��o, justi�a
restaurativa e outras formas alternativas de resolu��o de conflitos e
desentendimentos. H� muitos programas nas escolas, bem como em comunidades,
e mesmo em penitenci�rias, muitas vezes envolvendo programas de treinamento
que incluem a for�a policial e membros da comunidade que atendem. Em uma
comunidade: "agora ensinamos resolu��o de conflitos e media��o a mais de 1.500
crian�as todos os anos, principalmente na zona rural, e tamb�m treinamos mais
de 100 membros da comunidade como mediadores".

Vig�lias de paz peri�dicas, realizadas por muitos grupos locais, provocam uma
rea��o extremamente positiva; isto vai contra a impress�o que passa atrav�s dos
meios de comunica��o de massa, de que a popula��o est� dividida meio a meio
no que diz respeito ao apoio � guerra e ao militarismo. "As pessoas ficam
animadas ao saber que n�o estavam sozinhas nem loucas em seu anseio por paz".
Tanto no Canad� como nos Estados Unidos, pessoas est�o tentando conseguir
apoio para criar um Minist�rio da Paz no n�vel do governo federal.

O "Apelo dos Estudantes Contra a Viol�ncia Armada" foi assinado por mais de 10
milh�es de jovens e pode ter contribu�do para uma brusca queda no �ndice de
mortes por arma de fogo entre os jovens.

OBST�CULOS: Muitos concordam com a afirma��o de que "as invas�es do Afeganist�o
e do Iraque depois do 11/9 fizeram com que muitas pessoas se sentissem deprimidas e
impotentes para influenciar o curso dos acontecimentos". E muitos apontam a �nfase
dada � viol�ncia pelos meios de comunica��o de massa como outro obst�culo: "as
pessoas s�o bombardeadas constantemente com imagens di�rias de viol�ncia na TV, nos
cinemas, em eventos esportivos, e nos jogos de computador". Ao mesmo tempo, a
internet � vista como uma ferramenta positiva de mobiliza��o e conscientiza��o. Em
n�vel local "A Internet fez com que fosse poss�vel distribuir a informa��o rapidamente a
todos os interessados, e isso facilitou o trabalho. O sentido de comunidade foi
estimulado". A n�vel global "h� sem d�vida mais di�logo entre organiza��es internacionais
pela paz". O Programa de Cultura de Paz canadense relata ter recebido mais de um
milh�o de visitantes desde sua implementa��o em 1998.

Custeio � um grande obst�culo para a maioria das organiza��es, j� que dependem
de doa��es e trabalho volunt�rio. Isto tamb�m � um problema para as escolas no
Canad� ("professores est�o sob tens�o em virtude dos cortes de or�amento
governamentais") e nos Estados Unidos ("como as escolas e grupos de jovens
recebem menos recursos, n�o t�m condi��es de se unirem a n�s").


PROGRESSO E OBST�CULOS NO CARIBE

(Informa��es de 22 organiza��es de Barbados, Cuba, Haiti, Porto Rico e Rep�blica
Dominicana)

PROGRESSO: Os relat�rios desta regi�o est�o freq�entemente ligados a campanhas
espec�ficas por direitos humanos e pela desmilitariza��o. As organiza��es e Porto Rico
celebraram em 2003 uma grande vit�ria depois de muitos anos de luta para reaver a ilha
de Vieques dos militares estadunidenses, que a utilizavam como base para bombardeios.
As mulheres tiveram papel de lideran�a usando "desobedi�ncia civil, n�o-viol�ncia,
di�logo e consenso como formas de luta e participa��o". Como explica uma das
organiza��es: "Nosso povo experimentou e provou a for�a da paz contra a viol�ncia dos
militares". A maior parte das lutas continua, como a luta pelos direitos das mulheres e
crian�as haitianas refugiadas na Rep�blica Dominicana, e a luta pelo direito � �gua de
algumas comunidades de Porto Rico.

O progresso � muitas vezes descrito em termos de "desenvolvimento da
consci�ncia". Por exemplo, a Cadeira da UNESCO para Educa��o para a Paz de
Porto Rico se ocupa de "educa��o, pesquisa, e a��es" para a "promo��o e
desenvolvimento de uma consci�ncia para a cultura de paz". M�todos alternativos
de resolu��o de conflitos s�o ensinados e praticados com cada vez mais
freq��ncia em toda a regi�o. Existe uma campanha para sensibilizar a popula��o
no sentido de que os brinquedos das crian�as n�o deveriam glorificar a guerra e a
viol�ncia.

OBST�CULOS: Organiza��es trabalhando em todo o Caribe, como outras no mundo
todo, sentem que a falta de recursos financeiros � um s�rio obst�culo ao seu trabalho.
Muitas enfatizam que as desigualdades entre ricos e pobres, poderosos e impotentes, �
um grande problema. Outro problema � a "dificuldade de integra��o e comunica��o
regular entre organiza��es e institui��es trabalhando esses temas na regi�o, bem como
a distribui��o e acesso a materiais produzidos sobre o assunto". Organiza��es no Haiti
relatam dificuldades especiais devido � instabilidade pol�tica e falta de participa��o
democr�tica, enquanto que em Porto Rico h� dificuldades no sentido de participa��o
internacional, devido � sua "rela��o de subordina��o pol�tica".



SUGEST�ES AO SECRET�RIO GERAL E � ASSEMBL�IA GERAL DA ONU

Excertos representativos de algumas das 670 organiza��es que enviaram
relat�rios sobre a cultura de paz (para informa��o completa ver em
http://decade-culture-of-peace.org/cgi-bin/ib3/konboard.cgi). Elas est�o
ordenadas segundo as oito �reas do Programa de A��o para a Cultura de Paz
(Resolu��o A/53/243).

GERAL
"Todos os �rg�os do sistema das Na��es Unidas deveriam usar a linguagem da
'Cultura de Paz' no maior n�mero de lugares poss�vel. Documentos e discursos
deveriam incluir lembretes sobre a cultura de paz e a d�cada como um todo. A
cultura de paz oferece uma oportunidade positiva para que os povos de todos os
pa�ses sobrepujem as quest�es negativas do terrorismo e das preocupa��es com
seguran�a".

"A UNESCO, embora tendo sido designada pelas Na��es Unidas para promover,
executar e ser respons�vel pela campanha [da cultura de paz], reduziu
drasticamente o n�mero de coordenadores e funcion�rios que trabalham esta
dimens�o; a sobreviv�ncia desta �rea est� seriamente amea�ada. Se existe uma
verdadeira vontade por parte dos Estados Membros das Na��es Unidas, todos
signat�rios dessa campanha, como se explica esta falta de rea��o, meios e
realiza��es?".

"Envolva todas as ag�ncias das Na��es Unidas (e n�o s� a UNESCO) nos esfor�os
da Cultura de Paz, e dedique recursos para a publica��o e distribui��o de livros,
v�deos, grava��es de �udio e outros materiais a fim de implementar ferramentas
como: media��o de conflitos, democracia deliberativa, di�logo inter-religioso e
inter�tnico e o relacionamento entre saberes tradicionais (de culturas
minorit�rias, ind�genas e outros) e ci�ncia".

"Concentrar-se no Dia Internacional da Paz como destaque anual para medir o
progresso na constru��o da Cultura de Paz para todas as na��es e povos. Em
apoio a esses objetivos, uma sugest�o � a de reativar o Grupo de Gest�o do Dia
Internacional da Paz das Na��es Unidas, que foi constitu�do a pedido do
Secret�rio-Geral (...) Composto de representantes da maioria das ag�ncias e
departamentos das Na��es Unidas, junto �s ongs da ONU convidadas".

"Promover uma semana de cultura de paz intitulada: 'Vivendo uma Cultura de Paz'
de 18 a 26 de setembro, incluindo o Dia Internacional da Paz. A iniciativa de uma semana
dessa natureza pela Assembl�ia Geral ajudaria a facilitar a promo��o de uma cultura de
paz se adicionada ao Dia Internacional da Paz".

"Declarar o Ano de 2010 o Ano Internacional para a Reconcilia��o".

EDUCA��O
"Promover educa��o para a paz em todos os n�veis educacionais, especialmente
trocas culturais e trabalho de jovens volunt�rios".

"Gostar�amos que as Na��es Unidas empreendessem treinamento internacional em
paz e resolu��o de conflitos para jovens lideran�as nos pa�ses vitimados por
conflitos armados, preparando as novas gera��es para serem capazes de levar a
�frica do futuro at� uma cultura de paz".

"Fortalecer a coopera��o com ongs especializadas em educa��o para a paz [e]
apelar aos Minist�rios da Educa��o para que integrem a educa��o para a paz nos
curr�culos nacionais, e como exig�ncia nos cursos de forma��o de professores
(treinamento acad�mico, pr�tico e a n�vel de atualiza��o) (...) As ag�ncias da
ONU, como parte de seu mandato, deveriam ampliar seus programas para elaborar
conte�dos e metodologia de educa��o para a paz".

"O fator primeiro e mais importante que percebemos foi a necessidade de
espiritualidade e auto-consci�ncia (...) Se as crian�as, desde a mais tenra idade,
s�o levadas a desenvolver seu potencial interno e expressar sua criatividade, as
coisas seriam bem melhores".

DIREITOS HUMANOS
"Refor�ar os mecanismos de supervis�o e monitoramento em rela��o aos direitos
humanos em todos os Estados Membros. Trabalhar mais perto com pa�ses como o
nosso, que est� envolvido em viola��es de direitos humanos".

"Nossa sugest�o �s Na��es Unidas para a segunda metade da D�cada: esfor�ar-
se para estar presente na Palestina, ser mais eficiente, aplicar as resolu��es. N�o
se pode pedir �s pessoas que tenham convic��o na paz sem direitos".

"Implementar todas as resolu��es da ONU igualmente, dessa forma o mundo veria
a ONU como um l�der moral, e n�o como um pol�tico. Permitam que sua �tica fale".

DESENVOLVIMENTO SUSTENT�VEL
"A realiza��o de uma cultura de paz (...) S� pode ser atingida lado a lado com
uma significativa mitiga��o da pobreza ao n�vel das comunidades de base. Nosso
conselho, portanto, e tendo em vista que a paz e a mitiga��o da pobreza est�o
t�o ligadas, � que esses dois fatores sejam levados de forma inovadora pelo
sistema das Na��es Unidas".

"Al�m de apoiar e promover os Objetivos do Mil�nio, o desenvolvimento pac�fico
deve tamb�m ser priorizado, promovido e financeiramente apoiado. Somente sobre
o fundamento de uma sociedade pac�fica � que os Objetivos do Mil�nio podem ser
alcan�ados".

"Entendemos que as Na��es Unidas precisam comprometer-se com a��es para
eliminar as causas que geram viol�ncia, como a ignor�ncia e pobreza. A d�vida
externa e os programas de ajuste estrutural promovidos pelo Fundo Monet�rio
Internacional e pelo Banco Mundial tornaram-se os maiores obst�culos, talvez o
maior obst�culo ao desenvolvimento, especialmente nos pa�ses mais pobres (...)
Por fim, entendemos que poderia haver muito mais coordena��o entre as ag�ncias
das Na��es Unidas, pois, por exemplo, a abordagem do Banco Mundial n�o se
coaduna com a do UNDP e outras ag�ncias especializadas".

"[Explorar o] potencial do pacifismo ambientalista, particularmente no tocante �s
quest�es h�dricas trans-nacionais. Devido � interdepend�ncia, a �gua pode ser
uma ponte para a constru��o da paz (...) A preven��o da polui��o e a prote��o
do habitat trazem benef�cios a longo prazo � portanto a coopera��o requer o
apoio de terceiros".

"A preserva��o do meio-ambiente � vital e important�ssima para as futuras
gera��es. Ou�am as comunidades ind�genas e locais das �reas rurais. Elas est�o
conscientes do que � necess�rio para preservar o meio ambiente. Gasta-se
fortunas em projetos inacabados e estudos voltados aos interesses dos doadores,
e n�o �s necessidades dos benefici�rios".

PARTICIPA��O DEMOCR�TICA
"Reestruturar as Na��es Unidas para que a distribui��o de poder entre as na��es
que a comp�em seja mais eq�itativa, e ela se torne um exemplo de democracia".

"A promo��o de uma cultura de paz durante os pr�ximos cinco anos deveria estar
ligada ao desenvolvimento comunit�rio e � verdadeira democracia em todos os
pa�ses da �frica (...) � bem sabido que da verdadeira democracia nasce o estado
de direito, o que significa que o povo deve sentir que ela est� do seu lado, e que
n�o haver� mais como��es, guerras. Dentro de nossa organiza��o � a isto o que
chamamos a ressurrei��o da �frica".

IGUALDADE PARA AS MULHERES
"Gostar�amos de solicitar ao Secret�rio Geral que fizesse alguma coisa pelas
mulheres, especialmente nos pa�ses subdesenvolvidos, que sofrem muito com a
viol�ncia, tortura e passam a vida em condi��es de inseguran�a".

"Deveria ser dada assist�ncia �s organiza��es e associa��es de mulheres para
que pudessem dispor de meios de comunica��o eficientes e modernos (...) As
ongs e outras organiza��es estrangeiras e nacionais sofrem muito pela falta de
comunica��o entre elas. Portanto, � importante, � vital que os modernos meios
de comunica��o estejam acess�veis a todas as organiza��es que lutam para dar
apoio �s condi��es de sobreviv�ncia de mulheres e do povo africano".

ENTENDIMENTO, TOLER�NCIA, SOLIDARIEDADE
"Motivar todas as comunidades religiosas e culturas a engajarem-se no di�logo
inter-religioso, bem como intra-religioso. Mais especificamente, a UNESCO deveria
a) criar uma comiss�o mundial de di�logo inter-religioso para construir e educar
para uma cultura de paz; b) implementar curr�culos e projetos de forma��o de
professores a fim de integrar o di�logo inter-religioso e a contribui��o das religi�es
e das tradi��es espirituais � solu��o n�o-violenta e sustent�vel dos conflitos e da
viol�ncia".

"Para cada conflito existente no mundo, h� uma comunidade que aprendeu a lidar
com a mesma situa��o de forma pac�fica. Em vez de focalizar somente as �reas
de conflito que hoje precisam ser pacificadas e reconstru�das, aumentar a
visibilidade dos fatores que permitiram �s comunidades pac�ficas se
desenvolverem. Aprender a reproduzir os fatores positivos al�m de cortar o fluxo
dos negativos".

LIVRE FLUXO DA INFORMA��O E DO CONHECIMENTO
"Convidar as organiza��es nacionais e regionais a trocarem experi�ncias sobre
culturas de paz (no plural) em cada regi�o e aprender com suas experi�ncias;
empoderar os grupos locais e promover a paz. Para estes encontros seria
necess�rio desenvolver metodologias apropriadas aos pa�ses do Sul".

"Suprir apoio financeiro substancial a fim de criar literatura, teatro e programa��o
de televis�o para a paz, educa��o liter�ria para a paz, pr�mios (da estatura do
Nobel) de literatura para a paz para todas as idades, competi��es liter�rias,
bolsas de estudo, e apoio � ongs pacifistas".

"As Na��es Unidas deveriam ter seu pr�prio canal de televis�o. Este poderia ser
utilizado para dar not�cias n�o tendenciosas e para dar apoio a uma cultura de
paz global. Esse canal de televis�o da ONU transmitiria programas culturais de
v�rias partes do mundo, que ajudariam a aumentar o entendimento internacional
(...) Para este projeto, bem como para suas outras atividades, as Na��es Unidas
precisam de muito mais dinheiro do que t�m atualmente. Um imposto deveria ser
criado e a arrecada��o dirigida � ONU".

"Desenvolver abertamente uma campanha pela cultura de paz junto aos meios de
comunica��o de massa (TV, revistas, etc.) E � ind�stria cinematogr�fica,
levando-se em conta que t�m sido os maiores propagandistas da cultura da
viol�ncia".

"J� que a China � o maior pa�s em desenvolvimento do mundo, esperamos que a
ONU possa estabelecer um centro de informa��es na China para que as ongs
chinesas tenham acesso f�cil e maior envolvimento com as atividades da ONU".

PAZ E SEGURAN�A INTERNACIONAL
"Trabalhar com mais afinco na redu��o da manufatura e distribui��o de armas e
muni��es".

"Trazer o Tratado de N�o Prolifera��o de Armas Nucleares para o S�culo 21, a fim
de que aborde as realidades e amea�as que enfrentamos hoje (...) A preven��o
do desenvolvimento de armas nos pa�ses que ainda n�o as possuem deve estar
amarrada � sistem�tica elimina��o de armas nucleares entre as pot�ncias que j�
as det�m. Verifica��es devem ser feitas em todos os estados que podem produzir
armas nucleares e naqueles que j� as det�m".

"Criar uma Ag�ncia de Media��o da ONU, com milhares de profissionais que,
semelhante a outras organiza��es, possam detectar conflitos emergentes e
ajudar a transform�-los pacificamente antes que levem � guerra. Este seria um
�timo investimento em prol de um mundo mais pac�fico".
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