Fil�sofo Prega a Cultura de Paz
Mat�ria com entrevista de Jean-Marie Muller publicada no Di�rio de Pernambuco, em
22/06/2006, por ocasi�o de sua confer�ncia no III Congresso da Sa�de, Cultura de Paz e
N�o-viol�ncia, realizado entre os dias 19 e 22 de junho, no Recife.
"A viol�ncia � uma doen�a da humanidade." A frase, embora aparentemente simples,
envolve um conceito complexo que vem sendo difundido no mundo como forma de
combate aos conflitos sociais. Chamada de cultura de paz, a ideologia prop�e alternativas
de n�o-viol�ncia para que as sociedades resolvam seus problemas, incluindo a� a pr�pria
viol�ncia. "Esse v�rus tem que ser combatido com a cultura da n�o-viol�ncia, temos que
fecundar essa filosofia", preceitua o fil�sofo franc�s Jean-Marie Muller, um dos expoentes
do movimento que est� no Recife participando do Congresso Brasileiro de Sa�de, Cultura
de Paz e N�o-viol�ncia
, que acontece no Centro de Conven��es da Universidade Federal
de Pernambuco.

Para Muller, autor de mais de 20 livros sobre o assunto e pesquisador da cultura de paz h�
30 anos, o que parece improv�vel � especialmente se considerarmos a situa��o de
Pernambuco, um dos mais violentos do pa�s � � acima de tudo poss�vel. "Quando falamos
de n�o-viol�ncia, n�o devemos confundi-la com uma ideologia abstrata. Ela n�o � um
sonho, n�o � uma sociedade onde todos s�o bons e tudo � maravilhoso. Temos que
entender que a viol�ncia n�o � uma boa resposta para a viol�ncia. Ela � apenas uma
quest�o que n�o deve ser respondida com mais viol�ncia", postula.

Segundo o fil�sofo, uma das quest�es emergentes relacionadas ao assunto � o fato de os
jovens estarem usando a agressividade como forma de express�o, j� que eles n�o t�m
seus direitos respeitados. "Os jovens precisam ser ouvidos, mas o problema � trazer a
justi�a para essa nova gera��o e criar um espa�o onde eles possam expressar suas
revoltas e necessidades. Para eles, a agressividade � uma transgress�o, porque se a lei
n�o os respeita na sua humanidade, eles tamb�m n�o v�o respeit�-la", defende Muller.

Para ele, a id�ia de cultura de paz n�o � sin�nimo de passividade ou covardia, mas uma
forma de resist�ncia �s injusti�as que precisa ser ensinada e incentivada nas escolas.
Tanto que sua pr�xima obra, A N�o-viol�ncia na Educa��o, a ser lan�ada nas pr�ximas
semanas, ser� colocada � disposi��o de todos os professores da rede p�blica do Brasil.

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